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Livro Primeiro de Arquitectura Naval,
c. 1610
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Facsimile
Transcription
Translation
Texts
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The Livro
Primeiro de Arquitectura Naval has been dated between 1608 and
1615, and is generally considered to have been written around 1608 to 1610 by João Baptista Lavanha, the
Chief Engineer and Chief Cosmographer of the kingdom of Portugal at that time. Lavanha was born in Lisbon around 1550,
son of a court officer, and he enjoyed a successful career in spite of his Jewish origins.
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He
served as Master of Mathematics for four kings - Sebastian (1568-1578), Philip I (1581-1598), Philip II (1598-1621)
and Philip III (1621-1640).
In 1586 he was appointed Engineer of Portugal and in 1591 Chief Cosmographer. In
1601 he visited Flanders. In 1607 and 1613 he sat on the commissions in charge of the standardization of the shipbuilding
industry in Spain and Portugal, which issued the Ordenanzas of 1607 and 1613.
Between 1610 and 1615 he worked on a map of Aragon, and in 1616 he
worked on a system to supply water to Lisbon, a city constantly plagued by the scarcity of fresh water. In
that same year he was appointed Chief Chronicler.
A friend of Cervantes and Lope de Vega, Lavanha died in 1624 after publishing
many volumes, among which are a Description
del Universo, written in Spanish, a Regimento Náutico, a Tratado da Arte de Navegar, a Tratado
do Astrolábio, written in Portuguese, as well as a narrative
of the shipwreck of the nau S.
Alberto which was later included in the História
Trágico-Marítima by Bernardo Gomes de Brito.
The Livro
Primeiro de Arquitectura Naval is also the theoretical work of
a scholar, and not a practical text of a shipwright.
It deals only with one type of vessel: the four decked nau for the
India Route.
It is clearly more modern than Oliveira's Liuro da Fabrica das Naus, basing the construction
of hulls on paper drawings. Nevertheless, Lavanha calls for the need to pre-design a central portion of the hull, although
only for five frames forward and abaft the midship section.
The importance of this treatise lies in its accurate description of
construction techniques, and in its detailed illustrations.
It is incomplete, ending abruptly in the beginning of a description
of the drawing of plans.
A facsimile was published in 1996 with a transcription and a translation into
English.
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Bibliography
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Lavanha, Livro primeiro de Architectura Naval, Fac-simile, transcription and translation into English, Lisboa: Academia de Marinha, 1996.
Domingues,
Francisco Contente, "Documents
on Portuguese Naval Architecture (late 16th-early 17th century). A general overview." in Alves, Francisco,
ed., Proceedings of the International
Symposium 'Archaeology of Medieval and Modern Ships of Iberian-Atlantic Tradition', Lisbon, September 1998. Lisbon, Portugal: IPA, 2001.
Domingues, Francisco Contente, Os navios do mar oceano, Lisbon, Centro de História dos Descobrimentos, 2004.
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Table of Contents
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Quilha
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1 unidade = Q
nau de 4 cobertas Q = 17 ½ rumos (105 palmos de goa)
um palmo de largo e tudo o mais de palmo que puderem ter de
alto, para o alefriz
de sobro, mesmo que haja um pau inteiro p/ quilha e couces,
deve-se fazer com paus menores, ligados com escarvas lavadas verticais pregadas com pregos anielados
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c
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Boca
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boca máxima a meia altura da 3ª coberta
1/3 do comp. de eslora à eslora (Esloria) Þ
162/3 = 54 pg
Esloria = Q + Roda + Cadaste + lançamento da 1ª
abóbada (1/3 do Gio, q. é ½ da Largura)
= 105 + 35 + 12 + (1/3 x 27) = 162 [no livro 105 + 35 + 12 = 153!]
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:36
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Pontal
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suponho que seja o pontal da face superior da quilha à
face superior do convés
é calculado somando as alturas do porão e cobertas
com as grossuras das madeiras
Porão = 2Q/15 = 14 pg; Cobertas = Q/15 = 7 pg; Caverna
= 1pg; Madeiras = 2/3 pg
1 + 14 + 2/3 + 7 + 2/3 + 7 + 2/3 + 7 + 2/3 = 37 2/3 pg
no Livro só se desenha até à Boca máx.,
i.e., 34 ½ pg
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:36 e 37
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Roda
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da mesma madeira e secção que a quilha (sobro)
lança 1/3 de Q = 52 ½ pg
levanta ½ de Q = 35 pg (mais o capelo: 35 + 8 ¾
= 43 ¾ pg)
é uma arco de círculo ñ tangente à
quilha
tem um capelo de altura 1/6 x Q/2 = 8 ¾ pg
também é um arco de círculo ñ tg.
à Roda
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:26
:35
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Cadaste
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da mesma madeira que a quilha (sobro)
levanta 2/5 Q = 42 pg
lança 2/7 da sua altura, i.e., 2/7 x 42 = 12 pg
da largura da Quilha, se fôr de de vários paus,
escarvas horizontais
o alefriz muda para for a no painel de popa
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:26
:35
:38 e 46
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Painel de popa
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Gio: ½ da largura máx. Þ 54/2 = 27 pg
Delgado da popa: ½ do lançamento da Roda Þ
52 ½ / 2 =
17 ½ pg
Revesados: 2 arc.círc. inscrevendo quadrados de lado
= ½ (Cadaste - Delgado) = 12 ¼ pg
secções do Cadaste e Revesados: 1 pg de altura
e o mais q. puderem de largura
Revesados ligados por escarvas horizontais
entre os Revesados e o Cadaste põem-se as Porcas, de
1 pg de altura, com orelhas p/ pregar nos Revesados e um encaixe para pregar no cadaste (podem ser de vários
paus, c/ esc. vert.)
na base do Painel ficam 2 ou 3 Porcas maciças, formando
o Porquete
sobre o gio arma-se uma grade de 7 pg de altura, 27 de base
e 25 de topo:
a) a base é o Gio
b) a meia altura tem a Barra, de pinho manso, de secção
U
c/ 1pv de lado, curva, assentando nos lados da grade a 3 pg de altura e com 4 pg de altura a
maio vão
c) entre o Gio e a Barra põem-se 8 Barrotes verticais, c/ a
secção da Barra
d) o vão entre os dois Barrotes do meio chama-se Almeida
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:38
:41
:47 a 49
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Gio
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de três paus:
a) 1de secção
U
de 1 pg de lado, alargada na zona de ligação c/ o cadaste
b) 2 curvas nas pontas, fazendo os lados da grade, com escarvas dentadas
verticais para o gio e escarvas
lavadas horizontais para os paus
da grade
perfeitamente horizontal
a face exterior à face com o alefriz do cadaste
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:47
:47 e 49
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Couce da Popa
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de um pau escolhido com cuidado
mesma largura da Quilha
ligado ao cadaste com uma escarva horizontal
Patilha 2 ou 3 pg a contar do canto dos alefrizes da Quilha
e do Cadaste
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:40 e 44
:44
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Couce da Proa
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de um pau inteiriço
com a mesma largura que a Quilha (mais alto- fig. 12)
ligado à roda com uma escarva vertical
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:41
:46
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Coral do cadaste
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secção trapezóidal, a base da largura da
quilha, o topo um pouco mais, a altura 1 ½ pg
desde a Chumaceira do Cadaste até ao 1º Enchimento
Cerrado
Picas emmechadas e pregadas
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:59
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Coral da Roda
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secção trapezóidal, a base da largura da
quilha, o topo um pouco mais, a altura1 ½ pg
metade do Delgado da Proa (espaço da Almogama à
Roda) e toda a Roda
as escarvas desencontradas das da Quilha e Roda, mesmo se tiver
de começar antes do meio do comp. do Delgado
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:59
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Sobrequilha
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não é referida
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Fundo
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tem 5 cvs de cada lado da cv mestra (Lavanha chama-lhes Cavernas
de Conta)
(para Oliveira é o espaço entre as almogamas)
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:50
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Caverna mestra
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posição:
a) no terço da Quilha, contado do Couce da Proa
comentários:
a) o fundo recto c/ pé (o termo 'pé' na p. 62)
b) os braços e aposturas circ. c/ centros \, ñ tg
número: 1
secção: U c/ 1 palmo de goa de lado
traçado:
a) largura máx: a meia altura na 3ª coberta, 54 pg
b) base: 2/5 x da largura máxima
c) Braço: arc. círc. até à 2ª coberta,
cuja largura é 52 pg
d) 1ª e 2 ª Aposturas: arc. círc. \ do Braço, ñ tg.
e) Côvados: pontos de intersecção da linha da face
superior da base da cv c/ a linha da face inferior dos Braços; a intersecção é arredondada
numa extensão de 4 pg p/ cada lado
f) Pé: 2.5 dedos de vara
entremichas: de cada lado da Quilha, c/ a mesma secção,
ligadas a ela
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:36 a 38
:56
:50
:50
:57
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Almogamas
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são as cv dos topos do fundo
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:50
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Par
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não é referido
1Cv = 1 vão = 1 Enchimento = 1 Picas
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:59
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Compartida, alturas
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é o valor da subida total dos graminhos (Lavanha não
usa o termo): 5 dedos de vara
os graminhos de popa e proa são iguais
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:50
:53
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Graminhos,
alturas
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pelo método da "besta" Þ sen 90º / 5 x Compartida;
a cv mestra não é numerada
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:51
:53
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Delgado da popa
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dist. da almogama de popa à base do cadaste
altura: ½ do lançamento da Roda Þ 52 ½ / 2 = 17 ½ pg
leva:
a) no 1º terço - Enchimentos Abertos
b) no 2º terço - Enchimentos Cerrados na 1ª metade
e Picas na 2ª
c) no 3º terço - Picas
Regel: parte que leva picas: 2/3 x 2/3 Þ últimos 4/9 do Delgado da popa
entre as Picas amaciça-se com outros paus
no cadaste as Picas são inclinadas (?)
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:38
:58
:59
:59
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Delgado da proa
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dist. da almogama de proa à roda
altura: metade do Delgado da popa, i.e., ¼ do lançamento
da Roda Þ
52 ½ / 4 =
8 ¾ pg
leva:
a) nos 1os 2 terços - Enchimentos Abertos
b) no 3º terço - Enchimentos Cerrados
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:58
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Compartida, fundo
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é o mesmo que o das alturas (as Compartidas são
iguais)
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:53-54
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Graminhos, fundo
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é o mesmo que o das alturas (as Compartidas são
iguais)
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:53-54
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Espalhamento
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só nas 5 cavernas da proa
Lavanha ainda não usa este nome e diz que (marcando o graminho no braço)
não é preciso Saltarelha
é o mesmo graminho
marca-se a partir da linha do côvado para cima
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:54
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Marcas
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nas cavernas:
a) eixo
b) astilhas
c) côvados
d) números
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:52
:53
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Escarvas (rabo
de minhoto)
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Lavanha usa a expressão
as Cavernas, Braços e 1as Aposturas ligam-se no chão com umas emmoçaduras
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:47
:55
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Dentes
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Lavanha o termo
nas Cavernas, Braços e Aposturas deixam-se dentes ao
nivel das cobertas
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:40-41
:55
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Proa e Popa
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método gráfico:
a) desenha-se a 1ª Armadoura em perfil ® cinta de pau c/ ½ pg de lado e
4 dedos de grosso, desde o Delgado da Popa até ao da Proa, passando por todos os côvados, ficando
os traços dos côvados pela face de cima da Armadoura
b) desenham-se as 1as Armadoras em planta com pontos notáveis ® Cv mestra; Almogamas; início do
Couce de Proa 2/3 da largura das Almogamas; início dos Enchimentos Cerrados da Popa 2/4 da largura das Almogamas;
no início das Picas 0; entre o início das Picas e o Cadaste uma linha recta
c) desenha-se a 2ª Armadoura de perfil, passando abaixo dos dentes
dos braços das Cavernas de Conta 2 pg e paralela à 1ª
d) desenha-se a planta da 2ª Armadoura, que é a planta
da 1ª Coberta
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:57-63
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Graminhos p/ 15 Cavernas
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Fundo
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tem 15 cvs de cada lado da cv mestra (Lavanha chama-lhes Cavernas
de Conta)
(para Oliveira é o espaço entre as almogamas)
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:61
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Caverna mestra
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posição:
a) não definida
comentários:
a) o fundo recto c/ pé
número: 3
secção: não definida
traçado: não definido, excepto o Pé = 1
polegada (não especificada)
entremichas: de cada lado da Quilha, c/ a mesma secção,
ligadas a ela
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:62
:62
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Almogamas
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são as cv dos topos do fundo
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:62
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Compartida, alturas
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é o valor da subida total dos graminhos (Lavanha não
usa o termo):
a) para a
Popa = 3 ½ pg
b) para a Proa = a pv
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:62
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Graminhos,
alturas
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não especifica o método, diz só que a Compartida
é repartida com diminuição
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Compartida, fundo
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as Compartidas são iguais p/ a Proa e para a Popa = 2/5
x ½ do fundo da Cvmestra
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:61
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Graminhos, fundo
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diz só que a Compartida é repartida com diminuição
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:61
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Espalhamento
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abrem os braços da 6ª caverna a vante e à
ré
1/6 da caverna (não especifica se a 6ª ou a mestra)
Saltarelha (régua) com 9 pontos, calculados com diminuição
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:62
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